Dizem que o coração é um bicho mágico que bate descompassado lutando contra a razão e sem controle nenhum com o resto do corpo. É o responsável da distribuição do sentimento que percorre cada vazo sanguíneo de forma rápida renovando todo sistema circulatório com suas artérias a máquina humana pronta para o prazer.
A boca diz coisas que só a razão tem ouvidos para escutar e lamentar, mas o prazer ganha em efervescência, em essência e na sensibilidade. Triste é ter que ouvir coisas que não se quer falar, em nome dessa razão em um momento de êxtase. O Raciocínio lógico nessa hora incomoda, e pode machucar outro coração fingindo não ligar tentando fazer com que ele pare.
Somos uma ilha aonde as ondas vão e vem de formas indecisas, sem igualdade e assim a água vai construindo e formando o prazer na areia, marcando território no balanço da incerteza. Limpar, filtrar as impurezas desse desejo, deixar que o amor penetre igual a uma música de Serge Gainsbourg feita para Jane, penetrando assim entre os ouvidos dando ritmo aos movimentos de puro prazer.
Deixar sair um “Je t'aime, je t'aime” ganhar os espaços que não foram preenchidos pela carne e aceitar o prazer do som invadindo a alma.
Passar por entre os rins e provocar gemidos românticos que você não consiga controlar “Moi no pluz” e junto causar o giro tântrico da respiração firmando a nossa conexão vibratória, carnal e orgástica.
Levando nossos sonhos de desejos palpáveis passando entre seus rins e chegando até seu coração onde a razão é algo além de uma linha a milhares de oceanos.
A evolução carnal nunca chegará se a energia que envolve o momento, os corpos, não for permitida entre as células e devolvida pura para o cosmos. Esse é o ano da transformação da era de aquário, passando pela libertação do corpo de mudanças súbitas de amor evolutivo.
A energia circulando entre seus rins bombeia o coração que flui processando, gerando força de transformação e prazer. É uma luz divina feita e produzida por carne, nervos, sangue e sentimentos puros concretizando que existe algo maior que a razão; o som dos dedilhados de Serge em seu piano e a voz de Jane Birkin em Je t'aime... moi non plus.
Sempre quis escrever sobre essa música.
Serge Gainsbourg é uma figura fantástica que precisamos conhecer mais.
Viva a Jane Birkin por tudo e toda emoção nesse clássico.
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Amei esse texto! Tão sensual e poético. Que trabalho lindo 😍